Artículo original publicado en el sitio www.beefpoint.com.br
BNDES e sua participação nos frigoríficos brasileiros
Desde 2008, os dois maiores frigoríficos brasileiros
JBS e Marfrig ocupam as primeiras posições da lista de aplicações do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com dinheiro do BNDES e do mercado de capitais, o JBS adquiriu 17 concorrentes em cinco anos e chegou à liderança mundial ao comprar a americana Pilgrim's Pride em 2009.
O Marfrig utilizou R$6,5 bilhões para incorporar 22 empresas, entre elas a americana Keystone. Porém o preço para o investidor está sendo alto.
Os lucros das empresas se deterioram e o endividamento cresce. O banco HSBC projeta que nos próximos dois anos a dívida líquida do JBS deve crescer 25%, enquanto a geração de caixa evoluirá menos de 20%. Já o Marfrig pode ver sua dívida líquida chagar a 2,4 vezes o valor do patrimônio em 2013.
O Independência, outro com participação no BNDES, está em recuperação judicial.
Entenda como começou:
1 - O BNDES colocou quase R$ 12 bilhões (contando diferentes linhas de crédito e compra de participação acionária) em cinco frigoríficos entre 2008 e 2011. Foram destinados R$4,8 bi ao JBS, R$3,8 bi ao Marfrig, R$2,7 bi ao Bertin, R$500 milhões ao Independência e R$122 milhões ao Minerva.
Também foi captado na bolsa recurso no mercado de capitais, sendo R$3,2 bilhões do JBS, R$2,5 bi do Marfrig e R$444 milhões do Minerva.
2 - O peso do BNDES no capital do JBS cresceu de 6% em 2008 para 30% em 2011. No Marfrig, a participação do Banco cresceu de 3% em 2009 para 14% em 2011.
3 - Ao mesmo tempo a situação das empresas veio se complicando. Os lucros caíram ou até entraram no negativo. Em 2008 o lucro do JBS foi de R$26 milhões, em 2011 (no primeiro semestre) foi negativo em R$-34 milhões. O do Marfrig em 2008 foi negativo em R$-35 milhões e em 2011 piorou para R$-67 milhões. O lucro do Minerva em 2008 foi negativo em R$-217 milhões e em 2011 passou a ser positivo em R$12 milhões.
No mesmo período o endividamento das empresas cresceu. O do JBS saiu de R$5,6 bilhões em 2008 para R$17 bi em 2011. O endividamento do Marfrig em 2008 era de R$4,3 bi e em 2011 está em R$11 bi. O do Minerva saiu de R$1,4 bi em 2008 para R$1,9 bi em 2011.
4 - Utilizando a geração de caixa atual para pagar as dívidas, seria necessário um longo período de tempo. O Minerva demoraria 8,5 anos, o JBS 9 anos e o Marfrig 14 anos.
Isso porque a rentabilidade sobre o patrimônio tem oscilado e chegando a ser negativa em alguns casos. A rentabilidade do JBS foi de 0,6% em 2008 e caiu para -2,2% em 2011 (até o primeiro semestre). A do Marfrig em 2008 era de -1,8% e em 2011 está em 0,4%. Já a do Minerva saiu de -52% em 2008 para 13% em 2011.
5 - Comparando a valorização dessas empresas com índice Ibovespa desde 2008, o investidor que atrelou sua carteira ao índice perdeu menos do que quem atrelou a papéis desses frigoríficos.
De 2008 a 2011 (até 18/10) o Ibovespa desvalorizou -13,9%, o JBS -29,4%, o Marfrig -49,7% e o Minerva -51,6%.
Fonte: Exame (02/11/11), adaptada pela Equipe BeefPoint.
Com dinheiro do BNDES e do mercado de capitais, o JBS adquiriu 17 concorrentes em cinco anos e chegou à liderança mundial ao comprar a americana Pilgrim's Pride em 2009.
O Marfrig utilizou R$6,5 bilhões para incorporar 22 empresas, entre elas a americana Keystone. Porém o preço para o investidor está sendo alto.
Os lucros das empresas se deterioram e o endividamento cresce. O banco HSBC projeta que nos próximos dois anos a dívida líquida do JBS deve crescer 25%, enquanto a geração de caixa evoluirá menos de 20%. Já o Marfrig pode ver sua dívida líquida chagar a 2,4 vezes o valor do patrimônio em 2013.
O Independência, outro com participação no BNDES, está em recuperação judicial.
Entenda como começou:
1 - O BNDES colocou quase R$ 12 bilhões (contando diferentes linhas de crédito e compra de participação acionária) em cinco frigoríficos entre 2008 e 2011. Foram destinados R$4,8 bi ao JBS, R$3,8 bi ao Marfrig, R$2,7 bi ao Bertin, R$500 milhões ao Independência e R$122 milhões ao Minerva.
Também foi captado na bolsa recurso no mercado de capitais, sendo R$3,2 bilhões do JBS, R$2,5 bi do Marfrig e R$444 milhões do Minerva.
2 - O peso do BNDES no capital do JBS cresceu de 6% em 2008 para 30% em 2011. No Marfrig, a participação do Banco cresceu de 3% em 2009 para 14% em 2011.
3 - Ao mesmo tempo a situação das empresas veio se complicando. Os lucros caíram ou até entraram no negativo. Em 2008 o lucro do JBS foi de R$26 milhões, em 2011 (no primeiro semestre) foi negativo em R$-34 milhões. O do Marfrig em 2008 foi negativo em R$-35 milhões e em 2011 piorou para R$-67 milhões. O lucro do Minerva em 2008 foi negativo em R$-217 milhões e em 2011 passou a ser positivo em R$12 milhões.
No mesmo período o endividamento das empresas cresceu. O do JBS saiu de R$5,6 bilhões em 2008 para R$17 bi em 2011. O endividamento do Marfrig em 2008 era de R$4,3 bi e em 2011 está em R$11 bi. O do Minerva saiu de R$1,4 bi em 2008 para R$1,9 bi em 2011.
4 - Utilizando a geração de caixa atual para pagar as dívidas, seria necessário um longo período de tempo. O Minerva demoraria 8,5 anos, o JBS 9 anos e o Marfrig 14 anos.
Isso porque a rentabilidade sobre o patrimônio tem oscilado e chegando a ser negativa em alguns casos. A rentabilidade do JBS foi de 0,6% em 2008 e caiu para -2,2% em 2011 (até o primeiro semestre). A do Marfrig em 2008 era de -1,8% e em 2011 está em 0,4%. Já a do Minerva saiu de -52% em 2008 para 13% em 2011.
5 - Comparando a valorização dessas empresas com índice Ibovespa desde 2008, o investidor que atrelou sua carteira ao índice perdeu menos do que quem atrelou a papéis desses frigoríficos.
De 2008 a 2011 (até 18/10) o Ibovespa desvalorizou -13,9%, o JBS -29,4%, o Marfrig -49,7% e o Minerva -51,6%.
Fonte: Exame (02/11/11), adaptada pela Equipe BeefPoint.